Mercado
Um mercado gigantesco.
O mercado de mídia e entretenimento, que atingiu o impressionante valor de US$ 2,83 trilhões em 2023, está em plena transformação, impulsionado por novas tecnologias, mudanças nos hábitos de consumo e uma crescente preocupação com a privacidade dos dados.
Embora o crescimento esperado desacelere nos próximos anos, com projeções de US$ 3,4 trilhões até 2028, as tendências que moldam esse mercado são profundas e vão além dos números. Entre os setores com maior taxa de crescimento destacam-se o consumo de dados e a realidade virtual, que estão reformulando as maneiras como o público interage com conteúdo e entretenimento.
O mercado abrange diversos formatos tradicionais, como jornais, revistas, TV, rádio e entretenimento popular como filmes, música e livros. No entanto, o futuro está cada vez mais ligado à expansão digital, especialmente com o avanço da publicidade programática e o crescimento exponencial no consumo de dados.
O setor de consumo de dados, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 26%, reflete a crescente demanda por conectividade e acesso contínuo a serviços de streaming, jogos online e redes sociais.
A publicidade digital e a era cookieless
A publicidade programática, que já movimentava US$ 546 bilhões em 2023, deve crescer para US$ 779 bilhões até 2028. Essa forma de publicidade automatizada tem sido um dos principais motores de investimento em marketing digital, permitindo que as empresas atinjam consumidores de forma mais precisa, especialmente com o crescimento do uso de dispositivos móveis e da televisão conectada (CTV). Nos Estados Unidos e Canadá, essa abordagem representa mais de 40% dos gastos globais, enquanto mercados emergentes como o Brasil veem um crescimento acelerado.
O Brasil, por exemplo, lidera a América Latina, com US$ 7,53 bilhões em investimentos programáticos em 2023, e a previsão de alcançar US$ 9,6 bilhões até 2028.
No entanto, as transformações no mercado publicitário também estão ligadas a desafios significativos, especialmente com o fim iminente dos cookies de terceiros, que têm sido a principal ferramenta para coleta de dados de usuários online.
Com o aumento das preocupações com privacidade, refletido na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e regulamentos similares ao redor do mundo, as empresas enfrentam um novo cenário: a necessidade de serem criativas e ágeis na coleta e uso de first-party data (dados de primeira parte), como forma de substituir os dados que anteriormente eram fornecidos por terceiros.
A transição para a web 3.0, caracterizada pela descentralização e pelo maior controle dos usuários sobre seus dados pessoais, está diretamente relacionada ao fim dos cookies. Nessa nova fase da internet, os usuários terão o poder de negociar seus próprios dados, o que aumenta a privacidade e elimina intermediários. Esse ambiente abre oportunidades para um marketing mais ético e eficiente, onde o relacionamento com o consumidor é construído com base em confiança e transparência.
Oportunidades e desafios para o marketing na nova era digital
Com o fim dos cookies e a ascensão da web 3.0, os profissionais de marketing precisam encontrar novas maneiras de capturar e utilizar dados, investindo em estratégias que fortaleçam o relacionamento direto com os consumidores. Entre as principais dificuldades estão:
Menos acesso a dados relevantes: sem os cookies de terceiros, as informações para segmentação de público ficam limitadas.
Eficácia reduzida da publicidade online: a falta de dados específicos pode comprometer campanhas direcionadas.
Criatividade na coleta de dados: com menos acesso a dados amplos, será essencial encontrar novas maneiras de engajar e coletar informações diretamente dos usuários.
Dependência de dados de primeira parte: construir bases de dados internas, por meio de interações diretas com o público, se tornará uma estratégia chave.
Investimento em canais próprios: marcas precisarão expandir o foco em canais como mídias sociais, SEO, e-mails e tráfego orgânico para garantir visibilidade.
Além disso, o crescimento da realidade virtual (CAGR de 24%) traz novos formatos de interação que podem redefinir a experiência do usuário e as estratégias de marketing. As marcas que investirem nessas novas tecnologias terão a oportunidade de se diferenciar em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado.
Em suma, o mercado de mídia e entretenimento está em constante adaptação, com dados e privacidade assumindo papéis centrais.
As empresas que conseguirem se ajustar às mudanças e aproveitar as novas oportunidades da web 3.0 e da publicidade programática terão uma vantagem competitiva significativa no futuro. A chave será a inovação na coleta de dados e a criação de relações mais profundas e transparentes com os consumidores.
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